Automóveis a prova de bêbados?

Durante o fim de semana, acompanhei muitas discussões sobre a proposta do governo de aumentar as multas de trânsito. Alguns falam que só educação não é suficiente, que a impunidade induz ao desrespeito, e assim por diante.

Um aumento de 65% nas multas pode ser a solução? Claramente, penso que não. Nossas multas já são “salgadas” e muitos ainda não estão preocupados com isso. Como em muitos outros assuntos, acho que não se resolve por lei, precisaríamos de uma fiscalização muito mais numerosa e eficiente para poder acompanhar todos os infratores de plantão.

Vocês podem me perguntar: onde está a solução afinal?

Respondo com uma palavra que parece ser solução para muitos males: tecnologia. Entendo que a pesquisa da indústria automobilística se desenvolveu bastante mas, de uma certa forma, não priorizou o coletivo e sim o individual.

Explicando melhor, hoje temos carros com airbags, freios abs, motores mais potentes e latarias com deformação progressiva em caso de acidentes. Foram grandes avanços e devemos reconhecê-los, mas acho que chegou o momento da indústria tentar evitar os acidentes.

A tecnologia automobilística, a partir do avanço do GPS, das pistas inteligentes, pode e precisa produzir veículos que dependam menos do motorista. Talvez em breve pudéssemos programar nossos carros para fazer uma certa viagem, com trajeto, velocidade, locais de abastecimento, condições de tráfego, todos bem definidos até o  ponto em que o computador de automóvel possa nos conduzir com a segurança necessária.

Talvez essa possa ser também a solução para uma questão que parece crônica. Como voltar para casa depois da festa e de “algumas” cervejas ou tequilas? Parece que no mundo inteiro é impossível acabar com o álcool e mantê-lo completamente afastado dos  volantes.

Precisaremos de melhores ruas, veículos, motoristas, pedestres e de muita imaginação para não matarmos tanta gente no trânsito.

E talvez, quem sabe, alguém ainda ganhe muito dinheiro produzindo um “automóvel a prova de bêbados”.